A Fraude Ocupacional: entendendo e mitigando a Oportunidade.


Mário Sérgio Ribeiro (*) O caso da Americanas trouxe de volta à cena as questões relacionadas à Fraude Ocupacional. As investigações prosseguem mas, os indícios, pelas notícias publicamente vinculadas, dão conta de que pode ter ocorrido uma fraude ocupacional (FO). Read more

Mitos da certificação na ISO 27001


Mário Sérgio Ribeiro (*) Um movimento importante ocorreu nos últimos dois anos acerca da procura e da conquista da certificação de empresas nacionais na ISO 27001, a norma de segurança da informação. Os motivos para tanto talvez pouco importem – Read more

O Porquê de se ter um Gerenciamento de Crise.


Mário Sérgio Ribeiro (*) ________________________________________________________________________________________ Em tempos bicudos, especialmente como esse em que vivemos, considero de extrema importância que qualquer empresa, seja ela pública ou privada, ter um Gerenciamento de Crise implementado.   Infelizmente, uma Crise não anuncia quando vai ocorrer, Read more

O tal, Estado de Espírito.

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(*) Mário Sérgio Ribeiro

Acho que vai chegando ao final de ano e penso que de forma natural vamos relaxando um pouco mais, ficando mais reflexivos, o que acho muito bom. Nessa linha vi um texto um dia desses do psiquiatra e autor de alguns best sellers, Roberto Shinyashiki. que reproduzo abaixo e que serviu de inspiração para esse meu artigo, que é fora da casinha dos temas que costumo escrever. Vamos ao texto do Roberto:

…a sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade:

A primeira loucura é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais.

A segunda é você ter de estar feliz todos os dias.

A terceira é você tem que comprar tudo. O resultado é esse consumismo absurdo.

E por fim, a quarta loucura é você ter de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento.

Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo à praia ou ao cinema. Quando era recém-casado formado em São Paulo, trabalhei em hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: “Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz”.

Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, ou por não ter comprado isto ou aquilo, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

Deus nos criou para vivermos a vida em toda a sua plenitude, para sermos felizes, sermos livres …não se deixe escravizar …não seja escravo da ganância …do egoísmo … da amargura … do ressentimento … da falta de tempo … Tenha tempo para Deus, para sua família, para você mesmo! Seja livre para amar … para sonhar… para viver! E não espere a hora de sua morte para lembrar-se de que é preciso aproveitar a vida e ser feliz!”

 Lendo o que Roberto escreveu parece até simples de entender e praticar, porque até temos o conhecimento desse escopo todo, mas não o praticamos. Geralmente em minhas aulas costumo dizer para os meus alunos que a vida me levou para o estudo e foi ali que encontrei minha felicidade no trabalho. O estudo me proporcionou minhas duas ocupações que tenho prazer em acordar todos os dias e praticá-las: ser consultor/auditor e ser educador/professor.

 Uma parte do texto do Roberto que me chamou muita a minha atenção é quando ele diz: As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Bingo! Na mosca! Quantas pessoas tem sucesso, mas não são felizes no que fazem, não são felizes em sua vida, não conhecem o tal Estado de Espírito.

 Estudar é algo que me deixa muito feliz. Graças a Deus que encontrei isso. Estudando aprendo coisas novas, tenho possibilidade de compartilhar com outras pessoas e com meus ouvidos cada vez mais afiados para aprender com elas. Estudar e compartilhar conhecimento é um dos meus estados de espírito!

 Se existe uma profissão em que você está aprendendo e compartilhando o tempo todo essa se chama ser Consultor. Tenho uma grande responsabilidade como consultor. Alguém confiou no meu trabalho e espera que eu não o deixe na mão. Espera que eu entregue aquilo que a empresa dele está precisando. Precisa do meu estudo, do meu conhecimento, de minha experiência adquirida, do meu braço, para atender os anseios da empresa. E eu não posso decepcionar, tanto a quem confiou em meu trabalho como na empresa.

 Nesse trabalho, em uma relação pautada pela extrema confiança, eu aprendo tanto quanto compartilho. Quantos negócios eu não sabia do que se tratava e contei com a generosidade de meus clientes para aprender sobre, para que daí eu pudesse ensinar, compartilhar o que estudei, na aplicação de minha especialidade na empresa. Essa relação de troca cria o tal de estado de espírito, a tal da Felicidade no trabalho. Quantas relações criei em minha carreira, quantos momentos de felicidades já ocorreram. A Consultoria me proporciona carregar um pedaço das pessoas que conheci e que ainda mantenho contato, e onde também tenho a chance de deixar um pedaço meu em cada lugar que passo. Isso é a felicidade da lembrança que não se apaga.

 Como consultor também tive muitas dificuldades e tive que usar da minha paciência de educador para tentar fazer com que o trabalho andasse. Os conflitos internos entre pessoas em uma empresa, quanto maior pior podem ser, eles ocorrem e são absolutamente naturais, porque não temos todas as pessoas pensando e sentindo da mesma forma.

A questão é que esses conflitos precisam ser moderados e resolvidos. Não foram poucos os lugares onde tive que atuar para fazer o trabalho andar. Tive vários momentos de indefinição que até pensei: caramba, será que vale a pena? E aí talvez que esteja guardado um outro segredo do trabalho: é a possibilidade de resolver e sair feliz da situação. O que parecia ruim o tempo todo, fica bom, e pronto, ganhou novamente seu estado de espírito.

 Em minha vida profissional que já tem 40 anos, completei esse ano, já conheci muita gente triste naquilo que faz no dia a dia. Tinha metas e metas, como Roberto diz, mas não conhecia o tal estado de espírito que a profissão pode trazer. Uma boa parte não fazia o que gostava ou estava na posição errada ou na empresa errada ou tinha um chefe e não um líder em que devia se inspirar ou, tudo isso junto e misturado!! Como alguém pode almejar, sentir o estado de espírito em uma situação como essa? NUNCA.

 Falo sempre para os meus alunos que eles precisam estar felizes naquilo que fazem e onde fazem. Se não se sentir feliz quando tira o pé da cama para ir para empresa trabalhar, esquece, tem alguma coisa errada e não vem com o papo de que ganha mal na empresa, como desculpa para o mau humor. Essa não cola e não serve. Talvez o melhor mesmo seja procurar um outro lugar onde se sinta feliz, desenvolver-se como profissional e pessoa e quem sabe, até executar uma outra atividade. Dinheiro é importante, sim. Sucesso também, sim. Mas o tal Estado de Espírito …

 Uma das coisas que mais escuto, em tom até de reclamação, é a de que seus superiores são apenas seus superiores, não tendo nenhum atributo de um líder que inspire. Na verdade, eles são Chefes. Seria o sinal ruim dos tempos que vivemos? Como temos ídolos nos esportes, nas artes, precisamos ter um no trabalho, e que ele esteja perto de mim, que seja espelho para meu crescimento e aprimoramento. Se não o encontrou, ainda, procure, porque de fato nada substitui um Líder Inspirador no trabalho. Eu em minha carreira também tive dificuldade, mas em um dado momento o encontrei. Confesso que suguei tudo o que podia com esse Líder Inspirador. Não esqueço nem um pouco as lições que carrego até hoje e que ajudaram em muito na minha formação. Quem te inspira ou inspirou você vai lembrar para o resto de sua vida, isso é absolutamente certo!

Sei que pode parecer meio utópico tocar num assunto como esse em um momento conturbadíssimo em nosso país e no mundo, mas sinto que é necessário, e que até saí da casinha. Peço desculpas por ter saído da casinha, mas nesses momentos é que precisamos entender que não estamos por aqui à toa ou para ficar assistindo ao JN noticiando as barbaridades sem precedentes daqueles que deveriam ser nossos Líderes Inspiradores. Estamos aqui com o propósito de sermos felizes, de tentar fazermos outros felizes, de sentir o tal estado de espírito. De conseguir enxergar qual o nosso Talento, que pode demorar, e explorá-lo. De fazer do nosso trabalho, passamos a maior parte da vida fazendo isso, ter inúmeros momentos de prazer e felicidade. Metas são importantes para o sucesso, mas encontrar seus estados de espíritos ou topar com eles, tanto quanto for capaz de conseguir, ah, isso não tem preço. Procure e seja Feliz!

Até a próxima.

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(*) 58 anos, engenheiro, mestre em segurança da informação pela USP. Sócio da ENIGMA Consultoria. Professor da FIA-USP e da ANBIMA. E-mail: mario.ribeiro@enigmaconsultoria.com.br